segunda-feira, 31 de maio de 2010

Casamento rima com Erasmus

Soube hoje que um casal meu amigo de Erasmus (a Bea da Alemanha e o Nicolas da Bélgica) estao a viver juntos na Escócia e casaram! Fiquei tão feliz.

Há dois anos, quando vivi na Eslovénia, em pouco tempo fiquei rodeada de casais. O "amor" andava no ar. Passados 2 meses da chegada já as meninas mais próximas de mim estavam in love. E em toda a comunidade internacional Erasmus, que éramos perto de 300, formaram-se dezenas de pares apaixonados: uns mais sérios, outros nem tanto. Aqui não entram os momentos mais fugazes, claro, que ainda é o que acontece à grande maioria. Compromissos não rima com Erasmus - pelo menos para mim - mas parece que isso não impediu que o Amor acontecesse para alguns.

Não sei o que é feito da maioria desses casais mas creio que todos duraram muito pouco tempo depois das viagens de regresso a casa. A polaca com o francês. Os dois franceses. A portuguesa com o alemão. A belga e o rapaz da Católica. Os dois portugueses. O espanhol e a polaca. O turco e a checa. Enfim, havia para todos os gostos e culturas.

Mas a Bea e o Nicolas era diferentes.
Por alguma razão sempre acreditei que eles conseguissem manter-se juntos.
Havia uma estabilidade e não uma procura sedenta e despreocupada de companhia à noite, depois das festas. Havia proximidade cultural, muito respeito, e planos para o "depois de...". Havia, principalmente, vontade de continuar - algo que, provavelmente, não era sequer considerado pelos outros casais.

O que acontecia é que, enquanto a maioria andava na boa vida e trocava de par de tempos a tempos, havia alguns que, por vergonha de se sentirem livres ou falta de personalidade, assumiam uma relação que sabiam que não ia levar a nada. O objectivo era o mesmo- apenas ter companhia à noite. A definição perante o resto da sociedade é que era diferente. Só mudava a embalagem. Apenas. O conteúdo efémero era exactamente o mesmo. Mas com a Bea e Nicolas era diferente.

Estava diariamente com a Bea e lembro-me das histórias e dos receios habituais de quem se está a apaixonar, sente que o outro também está, mas ainda é tudo muito estranho. Lembro-me de quando eles começaram, da primeira vez que discutiram, e gostava imenso de ter estado presente no seu casamento.

Porque parece que ainda há finais felizes.


(Ela estava linda, linda. Já o é. Mas estava ainda mais. Saudade.)

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