quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A relatividade do feminismo

O texto que se segue não foi escrito, nem pensado, por mim. Não sei quem o escreveu. Foi-me enviado há uns três anos por email em modo forward.

Não sei quem o escreveu mas gostava de saber. Porque diz muito, diz tanto.Tanto sobre tudo o que nós queremos ser, e sobre o que muitas vezes consideramos ser o verdadeiro caminho de sucesso de uma Mulher. Pensei dessa forma até há poucos anos. E encarnava a postura da "Mulher do séc.XXI", a "Happy Woman", com todas as forças, reflectindo-se a crença nas atitudes. Como quando, por exemplo, deixei uma relação estável e "feliz" para poder ir estudar para fora com toda a liberdade que ser solteira implica. E consciente disso mesmo: queria ir, sim, solteira.

Mas, será o caminho da independência emocional e da gratificação profissional a escolha "certa"? Não seria tudo mais simples se não tivessem "inventado" o feminismo? Queremos ser assim porque queremos, ou porque a sociedade moderna nos "pressiona" nesse sentido? Fica o texto que me, na altura, me fez parar para pensar... Ainda que não concorde, de todo, com o seu fundamentalismo.





São 5h30 da manhã, o despertador não pára de tocar e não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou acabada. Não quero ir trabalhar hoje.
Quero ficar em casa, a cozinhar, a ouvir música, a cantar... Se tivesse um cão levava-o a passear nos arredores. Tudo menos sair da cama, meter a primeira e ter de pôr o cérebro a funcionar.

Gostava de saber quem foi a bruxa imbecil, a matriz das feministas que teve a ideia de reivindicar os direitos da Mulher. E porque o fez connosco, que nascemos depois dela?
Estava tudo tão bem no tempo das nossas avós. Elas passavam o dia todo a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de condimentos, truques, remédios caseiros. Lendo bons livros das bibliotecas dos seus maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, recolhendo legumes das hortas e educando os filhos. A vida era um grande curso de artesãos, medicinas alternativas e de cozinha.

Depois ainda ficou melhor, tivemos os serviços, chegou o telefone, as telenovelas, a pílula, o centro comercial, o cartão de credito, a Internet! Quantas horas de paz a sós e de realização pessoal nos trouxe a tecnologia!

Até que veio uma tipa, que pelos vistos não gostava do corpinho que tinha, para contaminar as outras rebeldes inconsequentes com ideias raras sobre vamos conquistar o nosso espaço!
Que espaço?! Que caraças! Se já tínhamos a casa inteira, o bairro era nosso, o mundo a nossos pés!! Tínhamos o domínio completo dos nossos homens, eles dependiam de nós, para comer, vestirem-se e para parecerem bem à frente dos amigos e agora?

Onde é que eles estão??
Nosso espaço?!

Agora eles estão confundidos, não sabem que papel desempenham na sociedade, fogem de nós como o diabo da cruz. Acanham-se perante uma mulher realizada. E essa piada... Acabou por encher-nos de deveres. E o pior, lançou-nos no calabouço da solteirice crónica aguda!!

Antigamente os casamentos eram para sempre. Porquê?
Digam-me porquê.

Um sexo que tinha tudo do melhor, que só necessitava de ser frágil e deixar-se guiar pela vida, começou a competir com os machos? A quem ocorreu tal ideia? Vejam o tamanhão dos bíceps deles e vejam o tamanho dos nossos! Estava muito claro que isso não ia terminar bem.

Não aguento mais ser obrigada ao ritual diário de ser magra como uma escova (mas com as mamas e o rabo rijos, para o qual tenho que me matar no ginásio), ou ter de juntar dinheiro para fazer uma mamoplastia, uma lipo, ou implantes nas nádegas... Para além de morrer de fome, pôr hidratantes, anti-rugas, padecer do complexo do radiador velho a beber água a toda a hora e, acima de tudo, ter armas para não cair vencida pela velhice. Maquilhar-me impecavelmente a cada manhã desde a cara ao decote, ter o cabelo impecável e não me atrasar com as madeixas (que os cabelos brancos são piores que a lepra), escolher bem a roupa, os sapatos e os acessórios (não vá não estar apresentável para a reunião do trabalho).

E não só, mas também ter que decidir que perfume combina com o meu humor, ter de sair a correr para ficar engarrafada no trânsito e ter que resolver metade das coisas pelo telemóvel. Correr o risco de ser assaltada ou de morrer numa investida de um autocarro ou de uma mota, instalar-me todo o dia em frente ao PC, trabalhar como uma escrava, moderna claro está, com um telefone ao ouvido a resolver problemas uns atrás dos outros, que ainda por cima não são os meus problemas!!

Tudo para sair com os olhos vermelhos. Devido ao monitor, porque para chorar de amor não há tempo!

E olhem que tínhamos tudo resolvido. Estamos a pagar o preço por estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, perfumadas, unhas perfeitas, operadas, sem falar do currículo impecável, cheio de diplomas, de doutoramentos e especialidades. Tornámo-nos super-mulheres mas continuamos a ganhar menos que eles e, queiramos ou não, são eles que nos dão ordens!! Que desastre! Não seria muito melhor continuar a coser bordados? Basta!!

Quero alguém que me abra a porta para que possa passar, que me puxe a cadeira quando me vou sentar, que mande flores, cartinhas com poemas, que me faça serenatas à janela!

Se nós já sabíamos que tínhamos um cérebro, e que o podíamos utilizar, para quê ter que demonstrá-lo a eles?

Ai, que são 6h10 e tenho que levantar-me da cama...
Que fria está esta solitária e enorme cama!

Ahh... Quero um maridinho que chegue do trabalho, que se sente no sofá e me diga: "Meu amor, não me trazes uma cerveja por favor?" Ou: "O que há para jantar?" Porque descobri que é muito melhor servir-lhe um jantar caseiro do que enfardar uma sandes e uma cola light enquanto termino o trabalho que trouxe para casa.

Pensas que estou a ironizar ou a exagerar? Não minhas queridas amigas, colegas inteligentes, realizadas, liberais....
...e idiotas!

Estou a falar muito seriamente:

ABDICO DO MEU POSTO DE MULHER MODERNA!

A maior prova da superioridade feminina era o facto de os homens esfalfarem-se a trabalhar para sustentar a vida boa que tínhamos! 

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