Ele é estradas, ele é aeroportos, o metro, os caixotes do lixo...
Tudo muda de lugar em nome do senhor.
Ainda assim, tenho a dizer que tem sido maior o alvoroço que o real incómodo.
(Nunca vi tanto polícia em Lisboa, em todo o lado, por todas as razões. Eu diria que graduaram polícias novos só por causa disto!)
Aterrou ontem, andou de um lado para o outro e não deixou os lisboetas em paz. Ele não, coitado do senhor que até deve estar cansado de tantas viagens, tantos acenos e tanta coisa a acontecer. Mas a polícia, os seguranças, os helicópteros, as sirenes... Pfff!
Aqui, na rua onde trabalho, passou duas vezes.
Quase não conseguia sair para uma entrevista com o risco de fecharem a estrada novamente. Ainda assim, e nem sei muito bem porquê fiz isto, por volta da hora de almoço começaram a fazer-se ouvir os helicópteros que o seguem e a dezenas de motas de segurança policial... "O papa vem aí, vamos ver, vamos..." A redacção saltou das cadeiras e quase esquecemos de que estamos em fecho de edição. As janelas e as varandas ficaram cheias de gente (crente ou nem por isso) e, momentaneamente, tudo parou para ver o senhor passar.
Eu também o vi. Lá dentro do carro, vestido de branco e a sorrir. Pronto. Uau.
Eu até acho que é importante a visita do papa.
Mas... talvez não fosse preciso tanto.
Ao fim da tarde teve direito a dar missa do Terreiro do Paço (no mesmo local onde, há 500 anos, a Inquisição fazia as suas fogueiras) e, já à noite, teve também direito a uma "serenata" de um grupo de jovens crentes (mais parecia uma espécie de concerto invertido... "olé olé, viva o papa!", com excesso de palmas e de euforia dada a ocasião...). O senhor lá apareceu à janela pedindo para o deixarem de dormir (de forma simpática, claro). Realmente aquilo era uma benção ou uma festa?
Daqui a pouco vai para Fátima (de helicóptero) e depois para o Porto (também de helicóptero). Se não fossemos um Estado Laico como seria a recepção ao senhor papa?
Pensemos sobre isso. amén.
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